Nascem lendas, morrem
mitos,
rasgam-se mapas vivos
com as naus que timonamos
a desbravar a existência
com mãos-cheias ou vazias
de bom-senso.
Salgamos a loucura
num mar de humores desbragados.
Sobrevivemos a mares
exaltados
ou flutuamos a navegar
em lagos chãos de águas
frescas
ou inquinadas, muitas
vezes,
por outras naus
desumanas.
Somos náufragos do tempo
onde se quebram certezas.
Em qualquer caso,
fiquemos preparados,
porque empurrado por
ventos de feição
ou desnorteado por
bússolas cegas,
o princípio do fim começa
agora.
Jaime Portela